Te ver partir

 
Meu coração estava acelerado e aos poucos quebrando aquele silêncio que ficava entre nós. Só eu sabia o quanto doía ver a melhor coisa do mundo ir embora. Eu precisava gritar, e te fazer desistir daquilo tudo. Mas o orgulho dizia mais alto. E então engoli toda dor e fui embora. Porque é isso que fazemos quando a dor é demais e nos anestesia.

Eu queria aproveitar essas folhas em branco, para dizer tudo o que sinto. Escrever me alivia e ás vezes até diminuo a febre de sentir. Escrever se tornou meu refúgio e minha companhia. As palavras brincam nos meus pensamentos e minha única saída é tentar organizá-las uma a uma, quem sabe assim consigo entender meus sentimentos? Te ver partir me deu vontade de ouvir música triste no rádio. Mas também me fez relembrar dos nossos bons momentos. Fiquei mais intensa, mais dramática e nostálgica.

Mas não pense que perdi meu amor próprio. É por ele que todos os dias acordo com uma pontinha de esperança. E sigo em frente, mesmo enxergando você em tudo que faço. Mesmo você vindo a todo segundo na minha memória. Mesmo escrevendo sobre a gente, nas madrugadas que nunca parece ter fim. Como essa, que ainda insiste em me lembrar que uma parte de mim ficou para trás. E que talvez meus olhos demorem a se fechar, pois sempre bate aquele medo de sonhar com você de novo. Talvez também seja meu subconsciente me alertando que não consegui te esquecer. Mas eu sei que preciso ficar bem. E quando a gente quer, a gente fica. Comecei a ficar. Mesmo lutando contra mim, que é ao seu lado que eu deveria estar.