Mania de você

Postado por Dayanne às 03:14


Tudo começou quando decidi sair com alguns amigos para o restaurante mais charmoso da cidade. “Moça, o que vai pedir?”. “Um suco de laranja por favor”. “Obrigado”. “Não há de quê”. E ali me lembrei de você. Só porque você sabia muito bem o quanto eu adorava suco de laranja, com pouco açúcar. E fazíamos sempre um para o outro no fim de tarde - eu achava aquilo a coisa mais legal do mundo. Seu jeito desajeitado, espremendo laranjas, sem camisa e com cara de sono. E aí teve também aquela hora que tocou Beatles no rádio. E ó, de novo. Você preferia modinha e sertanejos bregas com refrões idiotas. E cantava e me fazia cantar. Eu achava aquilo a coisa mais chata e ao mesmo tempo linda do mundo. Só por ter você. Sua voz, seu estilo engraçado.

“Mas e aí Day, como vai o apartamento, trabalho e o coração?.” “Vai bem.” Foi só o que consegui dizer.  E falando em coração, me lembrei novamente de você e essa mania de fugir de tudo. Meus sentimentos continuam presos e você solto por aí. Isso me dá náuseas. Aposto que seu sorriso continua lindo como sempre, e a outra ache isso também. Merda! É claro que ela acha. E juro que pensei mil palavrões só por achar que ela já entendeu todos os motivos que me fizeram te amar. Ela já descobriu que seu cheiro de homem arranca qualquer suspiro de uma alma ingênua e desprotegida – como a minha. Ela sabe que você ama café durante as manhãs. Odeia Beatles, e sabe fazer suco de laranja como ninguém. Eu também sei, e aliás eu sei tanto sobre você. Tanto... 

“Hahaha, a Day se lembra... aposto!!!” “ Ai gente, desculpa...” Resmunguei com a cara de tédio por não entender o assunto que estavam falando. Meus amigos me olharam com pena e entenderam - só pela minha expressão - em que mundo eu estava. Faz 4 anos que não te vejo, e sabe... ás vezes sinto sua falta. Você entendia como ninguém o meu jeito até melhor que eu mesma. E faz tanto tempo que eu não me lembrava, mas de vez em quando surge uma lembrança, um gesto, uma coisa que me faz lembrar da gente.

“Day? Day... vamos? O que você tem?” E eu quis explicar todos os motivos que ainda me fazem te amar. Mas apenas olhei para baixo, mordendo o lábio inferior como uma criança perdida no mundo, querendo que alguém explique o porque de tanto sentimento, e ao mesmo tempo tanto vazio. Tanta angústia. Tanta falta. Mas apenas respondi, “Saudade”...







2 comentários

2 comentários:

Victória Almeida disse...

Perfeito!

Dayanne disse...

Obrigada linda :t

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