As boas incertezas

Eu não sei como uma pessoa tão simpática, espontânea, engraçada, extrovertida como você pôde se interessar por mim. Não, não é autodepreciação. É que apenas não consigo entender. Eu sou a pessoa mais chata que conheço, sou sem graça, não sei contar piadas, não gosto de qualquer música, me irrito com facilidade. Sou tão chata que às vezes, nem eu me aguento. Quero tirar férias de mim. Mas você, você não. Está sempre aqui, do meu lado. Dizendo que eu sou chata mas que mesmo assim me ama, que quer ficar comigo. E eu não entendo isso. Há tantas pessoas legais por ai. Garotas que são como você. Que são legais. E queres ficar comigo? Eu sei que quando se gosta, essas coisas que odiamos em nós não tem importância para o outro. Ou talvez as qualidades superem o fato de eu ser uma chata, até porque ninguém é totalmente defeitos. Pode ser que tenhas enxergado algo em mim que eu ainda não tenha visto.

Talvez seja aquela velha história de que os opostos se atraem. Talvez minha chatice complete seu bom-humor com a vida. Pode ser que gostes de me ter ao teu lado pelo fato de sempre conseguir me fazer rir. Pode ser que gostes de sentir-se necessário. Nesse tempo que estamos juntos, você se tornou minha dose diária de felicidade. Sei que isso não é nada saudável, sei que uma hora pode acabar. Mas quer sabe? Eu quero me arriscar. Quero ser feliz. Quero te ter ao meu lado porque contigo a vida é mais tranquila, mais leve. É que você torna tudo tão fácil, tão mais prático, digamos assim.

Ainda me questiono como entre tantas, pode ter me notado mas fico feliz por isso. Por ter me escolhido para compartilhar a vida. Compartilhar os momentos bons e também os ruins. Sempre permanecendo. Me fazendo feliz. Me completando. Por que eu? Possivelmente nem você saiba, mas deve ser esse mistério que dá graça a coisa.