O contrato

Tomei a melhor decisão do ano. Acordei mais cedo, e ensaiei tudo o que eu deveria dizer pra você. E tudo o que eu não deveria dizer. Aquilo me atormentava, me tirava o sono, e deixava meu coração mais acelerado a cada segundo.

 Mas no fundo eu sei. Que eu não consigo por o fim em nada. Essa é a verdade. Não consigo viver com o peso, de que poderia ter dado certo, mas que por minha decisão deu tudo errado.

Mesmo que não tenhamos sido aquele casal, sei lá, grandes coisas, eu não vou conseguir por o ponto final. Vou sempre optar pelas reticências, ou preferir deixar pra la.

Quero que saiba, que por um fim em nós, será como assinar um contrato. Parte dele diz que eu gosto mesmo de você, e que vou arcar com as consequências por qualquer decisão. Nas entrelinhas, com letras bem miúdas, friza se eu tenho mesmo certeza do que estou fazendo. E que se caso concordadasse com todos os termos, deveria assinar abaixo. Grandes coisas. A caneta sempre falha quando quero assiná-lo, e o motivo, juro que não consigo entender.

Ensaiei semanas o que eu ia te dizer. Mas é só você chegar, pra levar minha coragem toda embora. E deixar ir por água abaixo todas minhas ideias. E desarmar mais um vez, todos os meus motivos de não  querer você mais. E ao mesmo tempo, te querer tanto.

Você chega perto de mim, eu de você, e esqueço novamente essa história de pontos finais. E mais uma vez, como todas as outras, só consigo lembrar uma cláusula com letras maiúsculas, que fiz questão de levar em consideração: APESAR DE TUDO. MAIS QUE TUDO. TE AMO.