Reencontro

Era um dia normal, o sol não estava tão quente e tudo ocorria muito bem, até eu te ver. No fundo eu sabia que não estava preparada pra tudo aquilo, pois não queria relembrar daquela época em que te amei.

Você me olha, eu te olho e o silêncio toma conta. Você dá mole pra mim, e eu digo que tenho namorado.  Mas nada te faz desistir, muito pelo contrário. Saio de perto tentando ignorar a situação e encontro você de novo, só que agora mais perto. Você olha nos meus olhos, com a cara mais sínica - e ao mesmo tempo linda  - do mundo, e me pede um abraço. E eu com a cara mais sínica ainda, te dou. E naquele abraço eu pude sentir mais que você, e suas mãos quentes me entrelaçando. Me sinto insegura, e com medo de sentir tudo o que sentia antes.

Você sabe, que o papo do namorado é mentira. Está acostumado com essas desculpas que as mulheres dão quando não querem nada com um cara. Mas essa era minha única saída, quer dizer, você é a minha única saída. De provar pra mim mesma que não vale a pena sentir tudo aquilo de novo. De não querer mais te  ver sorrindo, e me fazendo sorrir. Por que a gente sabe que depois de tudo isso a alegria toda vai embora com você. Porque é isso que você sempre faz. Sempre leva uma parte de mim, e não devolve.

Minha vontade era de curtir aquele momento, e ser menos humilde. De me aproveitar de você e depois ir embora. E voltar no dia seguinte. E me desculpar por não ter sido boa moça na noite passada. Mas ao invés  disso, apenas te dou um abraço rápido e forte. E você dá um sorriso torto sem entender nada, pois estava acostumado com meu jeito frágil que sempre aceita tudo. E sem explicar te deixo ali mesmo. Com o coração vazio, assim como fiquei todos anos que te vi partir.

Ta vendo? Eu já aprendi o seu jogo. Mas agora querido, quem dá o xeque mate sou eu.