Caro amigo,

 

 É madrugada agora, e logicamente eu não consegui dormir. A dor e as lágrimas atrapalham o fechar dos meus  olhos e borboletas brincam no meu estômago. As coisas não andam tão bem quanto parece.

Vejo a chuva lá fora e sinto ela me trazendo muitas lembranças. Se boas eu já não sei, mas se bem que elas poderiam levar embora toda essa minha saudade, e essa vontade de tornar o mundo um tantinho melhor com minhas mãos.

É meu amigo, que saudade de você... até sonhei com a gente esses dias. Você estava lendo um livro que eu escrevi todo feliz. E eu com um sorriso largo no rosto. Sabe, tenho muita saudade dos velhos tempos. Da época em que você tentava entender cada drama meu, quando nem eu mesma sabia explicar. Quando você me recebia com um abraço e a gente passava horas e horas conversando de uma nova banda qualquer. Bons tempos.

Me sinto insegura, sozinha e com medo. Medo do amanhã, do ontem e do agora. Mas lembra que você  me pediu pra ser feliz? Pois é, e é isso que eu vou fazer, vou ser feliz. Vou tentar não forçar sorriso por aí. Vou tentar ser a diferença nesse mundo barulhento e absurdo. Vou tentar achar pelos cantos cada motivo para inventar um novo verso. E tentar mudar o roteiro dessa minha vida tão complicada e contraditória.

Bato no peito e berro pro mundo que eu sou feliz. E daí? Eu sou feliz mesmo. Sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais pelas lágrimas que deixo cair, por cada lição que esse mundo me dá. E também por cada noite que deixo de dormir escrevendo no bloco de notas essas bobeiras que penso. Não sou pessimista e nem quero ser.. Mas sei que você vai me ajudar a levantar, e enxergar um novo caminho nessa escuridão.

O sono agora resolveu me envolver. Mas juro que depois te escrevo mais das minhas loucuras. Eu sei que você gosta de saber... mas bem que eu queria que isso tudo não passasse de um sonho. 

Um sonho ruim, que eu pudesse levantar e torná-lo bem longe de ser realidade.

Com carinho, Dayanne.